Sunday, June 3, 2007

Quinto

Ao fim de cinco anos ainda choro pela falta de uma pessoa na minha vida, não morreu, mas já não está presente no meu dia-a-dia. Hoje ainda lhe dou mais valor do que alguma vez lhe dei e sempre foi muito importante para mim.
Quando sinto isto, todas as minhas duvidas sobre se gosto ou não de alguem, desaparecem, parece que ficam minusculas.
Mas que posso eu fazer?
Se ela se afastou, foi por minha causa, pelos erros que cometi e agora não sei se tenho ou não o direito para voltar atrás, ou pelo menos tentar.
Por outro lado, se não fizer nada, vou ficar sempre com esta sensação, que nem ultrapasso a situação, nem fico na mesma, uma sensação estupida que não consigo sair.
Sempre que tento dar um passo em frente, mais tarde ou mais cedo acabo por me sentir preso a este sentimento.
Posso dizer que é o amor da minha vida, mas o que fazer quando se perdeu esse amor?
Lutar até mais não? E se se acha que não se tem o direito de interferir com a felicidade da pessoa que mais se gosta?
É mesmo isso que eu acho, gosto demasiado dela para pensar que posso magoa-la de novo.
Por outro lado, não consigo deixa-la ir embora da minha vida, é mais forte que eu.

Dividido entre a razão e coração. Há pouco tempo alguem me escreveu sobre mim :
"Neste mundo, existem pessoas que se regem por convicções e outras por sentimentos, raramento por ambos."

O problema das dualidades, embora complementem mais do que só um dos lados, é mesmo a divisão. Milhares de vezes não sei para onde me virar. Muitas vezes nem consigo agir, fico no meio a espera...
Esta atitude acaba por se revelar a pior atitude que consigo ter.

Neste momento, a atitude que acho que devo ter é mesmo de falar com ela, dizer-lhe tudo o que se passa e pedir-lhe para me dizer olhos nos olhos, que nada vai voltar, que ela está feliz com a sua vida e para a deixar em paz, sei que é isso que vai acontecer se ela aceder ao meu pedido.
Tambem sei que me vai custar imenso, mas espero ser o necessário para a deixar de uma vez por todas, porque como alguem me disse uma vez, se eu não resolver isto, nunca vou ter paz de espirito.
O que me deixa apreensivo é se isto não resultar, se apesar do tempo que passou e de ela me dizer de novo que não há nada, se eu ainda vou continuar a sentir algo e para sempre esperar por ela...

Friday, May 25, 2007

Quarto

Em 27 anos hà muito que não me acontecia isto, estou sem palavras...
Não sei o que vou escrever aqui, mas estou mesmo sem palavras.
O meu curso está prestes a acabar, falta um mês, por isso hà toda aquela azafama das fitas e tal, hoje recebi umas, de pessoas importantes para mim e outras que são amigos que vejo pouco, por isso nem sabia bem o que esperar deles, tanto de um lado como do outro, li coisas que não vejo muito alguem pensar isso de mim.
Fiquei surpreso pela positiva, pessoas que me dão os parabens e têm orgulho em mim, que vêem como alguem que segue as suas convicções quando para mim, não fiz nada de especial, só vou seguindo o meu caminho como posso.
Onde é que isto é motivo de orgulho? Ou de admiração?
Será que este mundo está tão virado ao contrário?
Não sei mesmo o que dizer...

Sunday, May 13, 2007

Terceiro

A vida realmente é muito engraçada...
Ando eu aqui a queixar me tanto dos meus desamores que acabo por sentir o que há muito não sentia, gostar de uma amiga minha.
Embora não seja nada muito forte, já me começa a preocupar. Somos como melhores amigos e como gaja bonita que é, tem sempre mil e um gajos atrás, fora os filmes que tem com gajos que gosta. Onde é que eu encaixo? Em lado nenhum, só mesmo como amigo, aquele que a ouve sempre, que tenta estar lá sempre.
E qual é a paga? Apaixonar-me...
O dilema acaba por ser sempre o mesmo, o eterno dilema que todos nós passamos, será que vale a pena por em risco uma boa amizade só pelo facto de seremos egoístas? Sim, porque se só quisermos saber do que sentimos, estamos a ser só egoístas e pensarmos em nós, nos "coitadinhos" que somos porque gostamos de alguem que não nos corresponde. Ou será que é valentia? Que temos a ilusão que somos fortes ao encarar um medo, que no fundo pensamos que há sempre a possibilidade de estarmos errados, de ela tambem sentir alguma coisa.

O maior desafio é mesmo a relação ficar na mesma depois de dizermos o que sentimos. Será que somos capazes? Será que ela é capaz?
O egoismo e a injustiça é que a outra pessoa não tem escolha.

No meu caso em particular, vou esperar para ver o que se passa, se isto é passageiro ou não. No entanto, o meu receio e medo miudinho, está lá, a assombrar-me os momentos que vou passar com ela...

Saturday, April 28, 2007

Segundo

Acho que não hà nada mais frustrante do que fazer algo que nunca tinhamos feito, antes pelo contrário, faziamos o oposto, e não dá certo.

Sempre fui péssimo com relações, sempre cometi erros atrás de erros. E muito sinceramente, nem sei o porquê. Hoje em dia penso que seja por ter em casa tão maus modelos. Mas no fundo, como ouvi uma vez dizer, não posso reclamar muito, especialmente se achar que posso ter imensos traumas e mesmo assim consegui vir a ser uma pessoa normal (por falar nisto, nem sei o que é uma pessoa normal...).

Bem, isto tem a ver com a minha frustração da minha última relação. Um namoro que não durou mais de três meses, nada fora do normal para uma pessoa como eu, a diferença desta vez é que eu fiz tudo o que julgo ter aprendido ao longo dos anos e mesmo assim, as coisas não deram certo.

O que é que eu hei-de dizer? Sempre fui o tipo de rapaz que não tinha propriamente respeito pela pessoa com quem estava. Menti muitas vezes, andava com mais que uma pessoa ao mesmo tempo, coisas que neste momento não me deixam de maneira nenhuma orgulhoso. Especialmente depois dessas coisas me terem feito perder não uma, mas duas pessoas de quem eu gostei mesmo muito e quiçá, ainda gosto. Realmente não sei o que sinto, especialmente em relação à última pois cada vez que a vejo, vem acompanhado um sentimento estranho no estomago que me deixa à beira de vomitar. Um pouco como o Stan do South Park quando vê a Wendy.

E foi essa rapariga, A rapariga, aquela que cada dia que passa duvido que a vá esquecer, que me fez repensar em tudo da minha atitude perante as pessoas com quem eu estava. Inclusive a nivel sexual. Posso dizer que depois dela, o apetite sexual é muito limitado. Uma especie de Elite que não escolher qualquer rapariga que tenha um bom corpo e um palmo de cara, mas que tenha algo mais. Nunca sei o que é esse "algo mais", mas consigo ver em certas raparigas.

E passado 4 anos, parece que finalmente consegui investir tudo o que tinha numa relação que nem eu acreditava muito. Mas as coisas evoluiram e eu senti que conseguia dar tudo, não menti, não escondi, tive vontade de estar com outras pessoas e não o fiz, contive tudo o que o passado me trás mas puz de lado, sei lá mais o que fiz. E qual foi o resultado?
Acabou.
Faz me pensar se vale a pena fazer tudo isso.
Vale a pena?

Na nossa sociedade, as mulheres dizem muito mal dos homens, que são isto e aquilo, que não lhes interessa com quem estão que querem é saltar para cima de todas as que poderem e realmente isso tem algum fundamento. Mas cada vez que vejo algum gajo que é assim, normalmente está sempre rodeado de mulheres, uma melhor que a anterior e elas vão sempre atrás.
Num gajo como eu, simples, reservado, quando fiz merda, acabava por ter em quantidade o que agora que tento ser mais correcto, não consigo ter em qualidade.

No fundo sinto que fiz o correcto, mas para quê?

Desde que senti que magoei a pessoa que mais gostei na vida, tentei mudar e acho que tenho conseguido, faz-me sentir bem, mas ou acredito que estou a pagar por tudo o que algum vez fiz ou então acabo por achar que nada disto vale a pena.

MERDA!!!

Estou tão dentro dos meus problemas que me esqueci do aniversario do meu melhor amigo, ele não é daquelas pessoas que se preocupa com isso, mas eu sou!

P.S. - faz hoje anos que conheci a "tal"...

Primeiro

Eu sei que este blog é só mais um blog e por isso peço desculpa aos potenciais leitores.
Vou começar por me apresentar :
Estou prestes a acabar o curso e a começar a trabalhar, tenho 27 anos e vivo em casa dos pais, embora pareça muitas vezes que vivo sozinho. Sim, sou um "menino da cidade", mas penso não estar tão ligado a esse rotulo quanto isso. Estou cheio de receios em relação ao futuro, tanto a nivel profissional como pessoal.
Há quatro anos que acabei com A namorada, neste momento Ex, mas "A Tal" e à medida que o tempo passa só tenho a confirmação que é mesmo "A Tal".
Desde ela que não tenho nenhuma relação estavel e penso seriamente se será porque inconscientemente não quero ou se simplesmente tenho azar, ou como me dizem infindavelmente, "se não foi desta é porque não devia ser", uma explicação demasiado facil para a minha compreenção da vida. Sim, eu sou um gajo complicado.
Para alem do mais, vejo todos a minha volta com relações mais ou menos estaveis, com os seus problemas, mas toda a gente os tem. Passo de simples filho e irmão para ser tio, de aluno para professor.
Portanto, só agora acabei o curso, sou solteiro, considerado adulto e tenho todos os medos que as crianças têm. Não tenho muito medo de viver, mas passaram 27 anos de alegrias e sofrimentos que me criaram e que me serviram para ser o que sou hoje. Sou uma criança com consciencia de algumas coisas, consciencia que a minha vida, se tudo correr bem, nem em metade vai e cada vez mais tenho consciencia que não sei até que ponto estou preparado para a vida que ai vem.
Estou a passar uma barreira e não sei bem como vou lidar com isso.